É aparentemente mais fácil esperar que algo externo resolva os nossos problemas ou dificuldades. Nos desafios da vida, por vezes é mais fácil esperar que algo de fora nos salve e nos venha retirar de um lugar onde não queremos estar. Mas em relação a esta temática questões, podemos olhar de forma terapêutica de duas formas.
A desresponsabilização
Se colocarmos a responsabilidade da nossa vida em algo externo, estamos a retirar do nosso poder ou âmbito de atuação, a possibilidade de agir sobre a nossa história. Se é verdade que não podemos mudar a nossa história, é também real que podemos mudar a forma como olhamos para ela. Ficar na desresponsabilização, onde consideramos que os nossos problemas são resultado do azar ou de outras pessoas, é perpetuar a dificuldade. É ficar num lugar onde não importa o que possamos fazer, pois o exterior domina. Num processo terapêutico ou de desenvolvimento pessoal temos de assumir a responsabilidade pela nossa vida. Claramente que isto inclui a co-responsabilidade em termos relacionais. Ou seja, sermos capazes de perceber o que é nosso e o que é do outro.
Porque temos de ficar aqui?
Outra questão que podemos colocar e que é muito importante ao lidar com os desafios da vida é: porque temos de ficar aqui? Ao tomarmos responsabilidade pela nossa vida, podemos querer “saltar fora”, fugir, resolver rapidamente. No entanto, esta abordagem pode ser frágil e ser apenas uma “fuga para a frente”. Este é um passo muito difícil pois requer entrar em contacto com o que dói, com o desconfortável. Mas é de facto um passo fundamental para perceber como podemos olhar de forma diferente para a nossa história, pois podemos nos questionar: como vim aqui parar? Ao hoje, aqui e agora, com todos os desafios que vieram comigo.
Ficamos mas olhamos?