Customise Consent Preferences

We use cookies to help you navigate efficiently and perform certain functions. You will find detailed information about all cookies under each consent category below.

The cookies that are categorised as "Necessary" are stored on your browser as they are essential for enabling the basic functionalities of the site. ... 

Always Active

Necessary cookies are required to enable the basic features of this site, such as providing secure log-in or adjusting your consent preferences. These cookies do not store any personally identifiable data.

No cookies to display.

Functional cookies help perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collecting feedback, and other third-party features.

No cookies to display.

Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics such as the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.

No cookies to display.

Performance cookies are used to understand and analyse the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.

No cookies to display.

Advertisement cookies are used to provide visitors with customised advertisements based on the pages you visited previously and to analyse the effectiveness of the ad campaigns.

No cookies to display.

Ana Caeiro Psicologia

Uma questão de perspetiva

matheo-jbt-aHwo1mqo-C4-unsplash (1) (1) (1)
Picture of Ana Caeiro

Ana Caeiro

Partilha

N’O Conto da Ilha desconhecida, José Saramago diz: “é preciso sair da ilha para ver a ilha, que não nos vemos se não saímos de nós…”. E como isto faz sentido. Quando nos embrulhamos nos nossos problemas, nas nossas coisas difíceis, nas perturbações que nos mentem, afogamo-nos. Estas coisas são como uma poça, aparentemente. Mas quando lá estamos ficamos com elas até ao topo e a perspetiva perde-se. Quase afogados naquele tema, naquela sensação, naquele desconforto, tomamos a parte pelo todo: tudo dói, tudo é essa problemática.

Nessa inundação fica tudo confuso, perdemos clareza e fica difícil ver para além daquilo que nos causa dor, naquele momento. Sentimo-nos inundados ou afogados, mas certamente inebriados e sem um caminho, uma clareza ou uma luz que nos dê esperança de dias melhores ou que nos estenda a mão para nos retirar dali. E dali ninguém nos tira a não ser nós próprios. Claro que quem ou o que está do lado de fora pode ajudar: seja o terapeuta, a medicação, o exercício, o amigo ou o gato. Mas temos de, não só QUERER sair dali, como TER forças para o fazer e ACREDITAR que vale a pena fazê-lo.

Destotalizar

Mas, voltando à imagem da ilha e ao significado que retiro daquela frase: não nos vemos se não sairmos de nós; não vemos o todo que nos engole se não abrirmos a perspetiva. É preciso DESTOTALIZAR. Esta é uma ferramenta preciosa. Quando tomamos a parte pelo todo, ou seja, só vemos a ilha, o problema, a dificuldade, tornamo-nos nessa parte. Não temos uma depressão, somos deprimidos; não estamos ansiosos, somos ansiosos; não estamos a atravessar uma crise, somos a crise. E se de facto somos essa parte, como se fossemos só o furacão, não cuidamos do resto. Quando se é só furacão, só se destrói. Só se varre. Se formos também o solo, as árvores caídas, á água que extravasou, a pessoa que precisa de reconstruir a sua casa, abrimos a perspetiva: fazemos um zoom out, queremos ver o todo e em tela grande.

Precisamos de fazer isso em nós, com os nossos problemas e dificuldades. Estes são parte da nossa vivência: não é para varrer para debaixo do tapete. Eles estão lá. A questão é não deixar que eles ocupem todo o espaço, pois somos e temos muito mais.

Foto de Matheo JBT em Unsplash

 

MAIS
ARTIGOS